Alguém aí sabe me dizer em que
momento da história o ser humano começou a ter que fazer coisas? Dezenas,
centenas, milhares, milhões, infinitas coisas todos os dias? Digo, em algum
ponto da história das sociedades as pessoas pararam de simplesmente viver
naquela molezinha de descolar o que comer, um abrigozinho sob o céu e um semelhante
jeitosinho pra se enroscar. Há muito tempo que isso aí já não vale mais nem pra
bicho de estimação (que até esses tem que cumprir seus ritos diários de
passeio, alimentação saudável, brincadeiras com o dono, pet shop, coleirinha e
presilhas no topete de pelo), pra viver a gente tem que cumprir umas 832
tarefas diárias que ao invés de serem eliminatórias são cumulativas! Sim, já
que a gente faz coisas com o intuito de gerar mais coisas para fazer. Reparem. Não
sei se isso é ruim em si, nem bom, é como é. Mas o fato é que a cada ano, a
cada geração, viver vai se tornando uma atividade mais e mais complexa e eu me pergunto
se a gente, filhotinho de macaco, precisaria mesmo de tudo isso.
Olá inúmeros! Não sei quanto a vocês, mas tenho notado algo muito interessante em todos os eventos dos quais participo nesta nossa gloriosa cidade de São Paulo, sejam eles artísticos, modísticos, baladísticos, gastronômicos ou esportivos. Todas as pessoas com quem converso moram em Pinheiros, Vila Madalena, Jardins, Perdizes ou - estourando - Pompéia. Fico pensando, se nossa cidade tem mais de onze milhões de habitantes e tá todo mundo concentrado nesses bairros, bem, é estranho que suas ruas não se assemelhem ao mais clichê retrato de Bombaim! Também me pergunto de onde é toda aquela gente que congestiona as vias que ligam os outros bairros da cidade? E aquele povo todo espremido nos ônibus, metrôs e trens? Seguramente são marcianos que, com a globalização atingindo níveis integalácticos, vêm diariamente trabalhar em São Paulo. A questão é, trata-se somente de uma grande coincidência (as pessoas vivem nos referidos bairros mesmo, sim porque sim) ou você só é descol...
Comentários