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Um case imobiliário ou De como todo mundo mora "bem" e eu também quero morar.

Olá inúmeros! Não sei quanto a vocês, mas tenho notado algo muito interessante em todos os eventos dos quais participo nesta nossa gloriosa cidade de São Paulo, sejam eles artísticos, modísticos, baladísticos, gastronômicos ou esportivos. Todas as pessoas com quem converso moram em Pinheiros, Vila Madalena, Jardins, Perdizes ou - estourando - Pompéia. Fico pensando, se nossa cidade tem mais de onze milhões de habitantes e tá todo mundo concentrado nesses bairros, bem, é estranho que suas ruas não se assemelhem ao  mais clichê retrato de Bombaim! Também me pergunto de onde é toda aquela gente que congestiona as vias que ligam os outros bairros da cidade? E aquele povo todo espremido nos ônibus, metrôs e trens?  Seguramente são marcianos que, com a globalização atingindo níveis integalácticos, vêm diariamente trabalhar em São Paulo. 
A questão é, trata-se somente de uma grande coincidência (as pessoas vivem nos referidos bairros mesmo, sim porque sim) ou você só é descolado, bonito, culto, divertido, bem-sucedido e suficientemente realizado na vida se morar nos bairros "estrela" da cidade? Ah, tá. Entendi. Mentira, não entendi, não. 
Nasci, cresci e vivo até hoje na Zona Leste de São Paulo (nome capaz de causar tremores , calafrios e até espasmos involuntários em muita gente). Já morei na Vila Ema, na Vila Diva, no Parque São Lucas e, hoje, resido num dos inúmeros "jardins" periféricos da cidade, o Jardim Independência.  Isso mesmo, jamais habitei qualquer bairro que pudesse constar do guia "Lugares Descolados para se Viver em São Paulo" e é bastante comum notar uns olhares vindos de cima em minha direção, se é que vocês me entendem...
O Ministério da Saúde adverte, esse tipo de bullying geográfico pode causar recalques e desvios de comportamento. Conheci uma garota linda, linda que vivia em Itaquera, mas nas baladas da vida, quando questionada, respondia sem hesitação : "eu moro na Vila Madalena", dava nome de rua, número e tudo. "Se eu disser onde eu moro o cara me dá um fora na hora", enfatizava girando o dedinho no ar. Caso a coisa evoluísse e não desse para manter a farsa, ela inventava uma obra emergencial, uma doença na família, uma perda de patrimônio qualquer que justificasse sua estadia temporária nos confins da ZL. 
Na boa pessoal, não tenho qualquer intenção de ficar aqui fazendo ode às periferias, até mesmo por que elas estão longe de ser os melhores lugares do mundo para se viver, tipo paraíso na Terra.   Apenas há que ficar claro que viver fora do circuito dourado da cidade, não é o mesmo que morar na Faixa de Gaza, tampouco é o que determina meu grau de "descolamento", ok? Pode, sim, indicar a quantidade de zerinhos a direita na minha conta bancária, mas nem essa conta é 2 + 2 minha gente, muita atenção. Agora, não diz (mesmo) nada, nadinha a respeito de eu ser mais ou menos cool que você. Também não significa que sua qualidade de vida seja tão estratosféricamente superior a minha como se quer fazer supor...
Ixi. Isso daria papo para muitas e muitas linhas mais, mas hoje fico por aqui, não estou afim de esgotar o tema, voltaremos a ele.

Deixo vocês com uma trilha que ilustra com muita graça e sensibilidade essa prosa:  composição de Kiko Dinucci interpretada por Maurício Pereira. 




P.S: Faz tempo que não tenho notícias da moça linda, linda de Itaquera será que ela já conseguiu se mudar? 

Comentários

Lu disse…
hahhaha, arrasou, Lu!

Concordo, cada zona da cidade tem sua beleza, mas é que vc anda frequentando muito o "quadrilátero", hahaha

Eu vou continuar almoçando na sua casa se vc me buscar no shopping Tatuapé ou então se eu puder chegar atrasada pra me perder ou se comprar um gps.

Voto na 1a opção!

E vc é tão descolada, q já conhecia pessoalmt toda a página d cultura da Vogue desse mês, arrasou.
Lu disse…
hahhaha, arrasou, Lu!

Concordo, cada zona da cidade tem sua beleza, mas é que vc anda frequentando muito o "quadrilátero", hahaha

Eu vou continuar almoçando na sua casa se vc me buscar no shopping Tatuapé ou então se eu puder chegar atrasada pra me perder ou se comprar um gps.

Voto na 1a opção!

E vc é tão descolada, q já conhecia pessoalmt toda a página d cultura da Vogue desse mês, arrasou.
Marcelo disse…
Pois é Lu, nome de bairro é quem nome de gente... se não for legal... meio que rola uma brochada...
É por isso que quem se chama Lindnalva é logo apelidada de Lili ou algo do gênero.
Bora fazer uma campanha pra rebatizar a quebrada, tal que:

Jd.Grimaldi - Grimaldi's Boulevard
Ermelino Matarazzo - Ermely Hills
Jd.Independencia - Independence Garden.
lulooker disse…
Pois é pessoal. Negócio é morar naquelas cidades com 5 ruas em torno da pracinha...

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