O papel em branco, o vazio. As idéias não vêm, o papel permanece imaculado. Toc, toc, toc. A caneta batucando o papel. Arrisca um rabisco. "Será que ela anda sozinha se eu der um empurrãozinho?" Nada. O rabisco é apenas um rabisco, não se transforma em palavra, não origina uma frase, não pare uma idéia. Tic, tac, tic, tac. Os minutos passam velozes. Olha para seu lado esquerdo, a garota de óculos escreve freneticamente, parece não encontrar qualquer dificuldade. À sua direita o rapaz bonito de olhos azuis preenche a folha, antes virgem, com tranquilidade como se executasse uma música que soubesse de cor, dá até vontade de ficar olhando. Não pode. O tempo passa. Na sua frente, atrás de si, o mundo inteiro parece escrever sem qualquer dificuldade. "Deus, de onde vem as idéias desta gente?! Será que não sobra nenhuma para mim?" Chacoalha a cabeça para espantar estes pensamentos. Fixa os olhos novamente no papel. "Ok.OK. Basta concentração." Repassa mentalment...