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Mostrando postagens com o rótulo amor

Ei! Você. Fica vai! Não vai embora, não.

Ei. Você. Psiu. Isso. Você mesmo. Não vai embora, não. Fica aqui comigo. Toma alguma coisa. Olha, pode pegar aquela almofada. Fica à vontade. Quer falar sobre o quê? Escolhe o assunto. Eu topo! Futebol. Novela. Política. Comida. Vida alheia. Topo até discutir religião. Não? Prefere jogar um baralhinho? Não sei. Mas você me ensina o básico e eu me viro. Quer um salgadinho? Prefere um doce? Faço um bolo pra você! Rapidinho. A gente toma com café. Tá friozinho. Gostoso. É, eu não estou podendo tomar café e é uma tortura sentir aquele cheirinho delicioso saindo da xícara fumegante. Mas tudo bem. Eu aguento. Faço qualquer coisa para você não ir embora e ficar aqui do meu ladinho. Topo qualquer coisa. Mas não me deixa aqui sozinha, não! Por favor. Por favor. Me faça a caridade de não me deixar sozinha comigo. Tá perigoso demais, hoje. Agora. Bem agora, neste momento em que todo o meu corpo físico e astral, todo o meu coração metafísico e muscular me pede para fazer aquela coisa que eu...

Da série Conversas Inúteis com a Vida

Assim, ao longo da minha idade adulta, se para cada 10 caras que me dizem “sabe, eu te admiro muito mesmo” , uma  dissesse “sabe, tô apaixonado por você”  eu teria ficado bem mais contente, por certo . Na boa Dna. Vida, vamos combinar uma coisa? Já deu de tanta admiração. Distribui melhor as cotas aí.  Cansei de ser do time das “admiráveis”, já pode passar para o das “apaixonáveis” ?! Grata. 

Então, ela chorou.

Então ela chorou por dezessete horas seguidas. Chorou sozinha. Chorou no trabalho. E na rua. Adormeceu com os olhos inchados, mas menos que o coração. Que parecia não caber no peito, de tanto que apertava. Dormiu um sono agitado, quente, abafado, de sonhos que não conseguiu se lembrar. Então, acordou e percebeu que fossem quantas fossem as lágrimas que vertesse, não lavariam o acontecido. Percebeu que fossem quantos fossem os apelos feitos com o peito arfante, seriam em vão. Pois, assim como quando um não quer, dois não brigam, é igualmente verdade que quando um não quer, dois não podem amar.  Afeto não é migalha que se implore, é dádiva que vem da alma, se têm ou não se têm. Fazia sol e o calor já vibrava lá fora.  Ela se levantou, tomou um banho e se vestiu, de branco. E, com o mesmo cuidado com que penteou os cabelos claros, arrumou a dor numa caixinha. Guardou a caixinha num canto da alma, um que só ela conhece, e que de vez em quando tem de visitar. ...