Este ano de 2012 foi extremamente prolífico para meus ouvidos, tive a oportunidade de descobrir uma série de artistas muito especiais que estão fazendo som de altíssima qualidade por aí, calando a boca dos preguiçosos que adoram vir com aquele papinho nhém, nhém, nhém de "ah, não se faz mais música boa no Brasil, só tem porcaria, bom mesmo era..." blá, blá, blá whiskas sachê.
Não que eu seja nenhuma descobridora dos 07 mares musicais, com um faro aguçado para escarafunchar pérolas escondidas, longe disso. Basta, apenas, ter um mínimo de curiosidade e desativar o modo 100% lazy que você vai ouvir, sem grande esforço, o barulho (mais que bom) que muita gente está fazendo por aí.
E quando eu digo sem grande esforço é sem grande esforço mesmo, pois uma das características dessa nova turma é justamente disponibilizar sua música livremente, pela internet, para ser baixada com qualidade de som. Sem frescura. O público responde ouvindo, compartilhando, divulgando espontaneamente e, claro, comparecendo aos shows, num círculo virtuoso que, a meu ver, não poderia ser mais saudável e mais a cara dos novos tempos. Afinal, tanta tecnologia pra quê? Se não para fazer informação e arte fluírem sem barreiras?
Thiago França, Juçara Marçal e Kiko Dinucci. |
Uma dessas descobertas do ano foi o trio Metá Metá, formado por Kiko Dinucci (violão) Juçara Marçal (voz) e Thiago França (sax, flauta). Os três músicos envolvidos em diversos projetos de destaque nessa "nova cena" da música independente, juntaram-se para fazer um som difícil de definir, mas com uma carga energética que não passa nem perto da palavra morno. Nem me atrevo aqui a querer fazer qualquer análise técnico-musical do som dos caras,há muita gente gabaritada para tal, sou apenas ouvinte e admiradora. Falo do impacto deste trabalho nos ouvidos, cérebro e coração de quem aperta o play.
Metá Metá é aquele tipo de banda que ou você adora ou simplesmente não pode ouvir. Não dá pra ser música de fundo, som de sala de espera, não é neutro, não é meio termo.
Sempre que eu vou indicar o som deles para quem não faz idéia do que se trata (e eu faço isso muito) costumo dizer "capaz de você achar um pouco estranho de cara, ouça duas vezes, e aí você me conta". Recomendo mais ainda ir a um show, se possível, já que em minha opinião é realmente o momento em que a mágica acontece, aquela coisa de catarse mesmo.
Tá tudo ali, os temas ligados ao Candomblé (com o quais nem todos tem familiaridade), Juçara cantando do seu jeito tão peculiar numa língua que a gente não entende, o samba, a música africana, o lirismo urbano do Kiko e a pegada rock`n roll, tudo junto e misturado. Pode não ser fácil, mas uma vez que você se deixa levar por esse universo, é como mergulhar num mar cheio de camadas e cores diferentes. Nuances que você vai descobrindo e pelas quais vai se encantando a cada vez que ouve, de novo e de novo. Não tenho estatísticas oficiais, mas o Datalu aponta que grande maioria das pessoas que ouvem, vira fã.
O primeiro disco, homônimo, do Metá Metá, lançado em 2011, conquistou uma legião de admiradores e recebeu críticas altamente positivas no Brasil e em outras paragens mundo afora. Hoje (sim, tá mais fresquinho que pão quente) eles lançam o segundo, batizado de MetaL MetaL justamente em alusão ao peso maior deste novo trabalho. Em boa parte dos shows do primeiro disco, num dado momento, o trio recebia o reforço de bateria, percussão e baixo deixando o minimalismo de lado e descendo a lenha. Essa coisa mais rock `n roll define a pegada do mais recente disco, que conta com Marcelo Cabral (baixo), Sérgio Machado (bateria) e Samba Sam (percussão) completando o time de craques.
Quando baixei o disco hoje pela manhã, não esperava nada diferente de uma sapatadinha na orelha, pelas prévias que já rolavam na internet e em alguns shows que assisti, e é exatamente o que temos. Novamente todas as camadas a serem descobertas aos poucos e a carga energética de música apaixonada e praticamente ritual que te arrebata de cara.
Fica muito difícil destacar uma música. Novamente minha recomendação (para quem ainda não ouviu) é: se jogue! Baixe tudo, não tenha preguiça, se dê o presente de conhecer.
Ao final do post, o link oficial para baixar Metal Metal e mais uma listinha para você poder conhecer melhor o trabalho do trio e de cada um dos músicos.
Enquanto navegam e esperam o download, fiquem com um aperitivo, a faixa São Jorge, composição de Kiko Dinucci, anteriormente gravada no disco Padê, projeto dele e Juçara Marçal, que ressurge agora em versão aditivada e vitaminada. Particularmente, amo de paixão.
É só clicar e ouvir.
São Jorge
Ao final do post, o link oficial para baixar Metal Metal e mais uma listinha para você poder conhecer melhor o trabalho do trio e de cada um dos músicos.
Enquanto navegam e esperam o download, fiquem com um aperitivo, a faixa São Jorge, composição de Kiko Dinucci, anteriormente gravada no disco Padê, projeto dele e Juçara Marçal, que ressurge agora em versão aditivada e vitaminada. Particularmente, amo de paixão.
É só clicar e ouvir.
São Jorge
Baixe aqui MetaL Metal : http://www.kikodinucci.com.br/
Saiba Mais:
CRÉDITOS DAS IMAGENS
Arte da capa do disco: gravura de Kiko Dinucci
Fotos: Fernando Eduardo
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