Eu bem queria palavras.
Eu bem queria palavras lindas,
retas, cheias e certas. Que fossem como
tiro ao alvo. Risonhas ou lacrimejantes, desde que chegassem lá, no coração da
alma. Lá onde há incertezas, mas não dúvidas.
Que bem alcançassem aonde todo o
mais foi falho: ato e omissão, insinuação
e gesto.
Eu bem queria palavras mais
fortes que olhar e língua, esses que tanto arvoram –se em ser os que dizem. Me fogem, no entanto, tais palavras. Fica
pulsando apenas a vontade, o abafado, o que arde. Se ao menos houvesse onomatopeias...
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