Olá inúmeros, não me digam que vocês não aguentam mais listas de final de ano? Os 10 mais isto, os 05 menos aquilo? Sério? Puxa, que pena, porque eu não estou resistindo a tentação de fazer a minha. E, como aquele tio inconveniente nas festas que pergunta "vocês querem ouvir uma piada?" e ignora retumbantemente a cara de "não-pelo-amor-de-deus", lá vou eu!
Como somos um blog muito do organizado, as mini-listas estarão separadas por categorias, de acordo com as principais tags do Lulooker: Artes, Comportamento, Comunicação, Estilo, e Egotrip Alucinada e irão aparecer ao longo dos próximos dias por aqui. Para a coisa ficar mais divertida, algumas categorias vão ter ranking dos piores também, que ninguém é de ferro! Mas, para começar, vamos falar de coisa boa? Vamos falar da iogurteira Top... Brincadeira. Atenção rede, vai começar o:
Lulooker Awards 2011
ARTES
- Os 03 Melhores Shows de 2011
CRIOLO (Cine Jóia / Studio SP - Dez 2012)
Você pode não gostar de rap, não ser ligado em música brasileira, ou mesmo ser aquele tipo que acompanha tanto as novidades que acha que Nação Zumbi é uma banda nova lá do Recife... Você pode mesmo nem ser ligado em música de espécie alguma, ainda assim, a não ser que tenha passado os últimos 6 meses em Vênus, já leu ou ouviu o nome Criolo em algum jornal, revista, site, programa de TV ou mesa de bar.
O cara tem uma história de mais de 20 anos na cena do rap paulistano onde já era bastante respeitado, mas apenas em 201, com o lançamento do excepcional disco Nó na Orelha, é que foi descoberto pela mídia (odeio esta expressão, mas, vá la) e ganhou uma legião de novos fãs de "fora do movimento", como esta que vos fala.
Teses de entendidos em geral para explicar o sucesso do moço é o que não faltam (dá uma googlada que você vai ver) eu, sem pretensão alguma, só posso relatar o que vi e ouvi com meus leigos olhos e ouvidos nos dois shows do cara que tive o prazer de presenciar em 2011.
O som riquíssimo que se ouve no álbum é executado ao vivo por uma banda sensacional, com músicos hiper talentosos e integrados, uma verdadeira pedreira sonora. A entrega de Criolo no show é arrepiante, interpreta cada verso com verdade, alma e coração. Compositor que é, sabe (e mostra) porque e para quê canta cada palavra de suas canções poéticas, raivosas e irônicas a um só tempo. Sua interação com a platéia não tem histrionismo, nem falsa simpatia. Não precisa apelar para clichês de showman para ganhar o público desde os primeiros acordes e, por vezes, palco e platéia parecem mesmo ser uma coisa só. Carisma é algo que não se explica, nem se treina, nem se pode adquirir, ou você tem ou você não tem e Criolo tem de sobra.
Resumo da ópera, o show de um cara orgulhoso e grato a suas origens no rap, mas que não está nem aí para os rótulos e, com toda a humildade, deixa claro que na música e na vida não está disposto a aceitar limites. Reluz e é ouro!
FAITH NO MORE (Festival SWU - Nov 2011)
Aqui eu vou pedir uma licença para eleger um show ao qual eu não compareci, assim, de corpo físico. Pois é, tive de me contentar com a transmissão televisiva e a descrição dos amigos que, privilegiados, estavam lá enfiando - literalmente - o pé na lama. Ainda assim, eles vão levar a medalha de prata aqui na minha votação.
Tive o prazer de assistir a três shows do FNM ao longo da minha vida. Dois em 1991, quando a banda estava no auge do sucesso do álbum The Real Thing, e um em 2009 quando se reuniram para uma turnê do tipo revival, a exemplo do que fizeram diversas outras bandas surgidas na década de 90. Ao contrário de boa parte delas porém, o FNM no palco não parece uma sombra do que já foi. Podem ter se reunido pela grana, podem estar ensaiando um retorno (se o Mike Patton tiver tempo entre os 2 856 33 projetos paralelos), não dá pra saber. Fato é que, quando sobem ao palco, a energia vai à estratosfera como tem que ser num show de rock que se preze!
No show do SWU não foi diferente. Num set list eclético como sempre, a banda tocou para os que ficaram presos em 1991 hitis como Epic, para os fãs de carteirinha (olha eu aí geeente) teve deleites como The Gentle Art to Making Enemies e King for a Day, e para os "que banda é esta mesmo?" não faltaram as covers de Easy e This Guys In Love With You.
Mike Patton num figurino estilo Zé Pilintra, um coro monumental de porra caralho entoado como um mantra e a participação do coral do Instituto Bacarelli (projeto social com crianças da favela de Heliópolis que Mike conheceu por meio do seu projeto musical Mondo Cane) na linda Just a Man foram as cerejas do bolo. Medalha de prata com louvo máximo!!!
SHAKIRA (Estádio do Morumbi - Mar 2011)
Sim, ela é gostosa. Sim, ela vende milhões de discos. Sim, ela lota shows de Roterdan a Caracas. Sim, ela tem uma estrela na calçada da fama. Sim, ela namora o jogador do Barcelona. A despeito de tudo isto - ou melhor, por conta de tudo isto - muita gente não dá muito crédito à artista por trás da pop-star Shakira o que, na minha opinião, é um grande preconceito. Para começar, acredito que qualquer garota que saindo de uma minúscula cidade latino-americana consiga se tornar uma estrela mundial equiparada a divas norte americanas como Beyoncé, já merece, no mínimo, respeito. Não é nada fácil quebrar certas barreiras. "Ah, mas ela passou a cantar em inglês" dirão os xiitas, ok, mas vamos combinar que muita gente se mata enrolando a língua e não consegue nada? Sou suspeita para falar, pois ouço a Colombiana desde 1995 quando ela ainda era morena e "gordita" e frequentava o programa do Gugu... Claro que muita coisa mudou de lá para cá, claro que ela usou de algumas fórmulas para atingir um público maior, mas quem se der ao trabalho de ouvir mais atentamente sua discografia verá que tem um trabalho muito rico ali, mistura entre pop, rock, eletrônico, ritmos latinos com uma marca pessoal muito forte. Irregular, sim, acomodada, nunca. Shakira não repete o que já deu certo, segue compondo e experimentando coisa novas. Às vezes acerta, às vezes erra... Mas não é por ser pop que tem que ser ruim por definição, acho este pensamento bem tacanho.
Ao contrário de outras "divas", seu show não privilegia o lado cênico, e os efeitos pirotécnicos. Ela troca de roupas, tem duas bailarinas, algumas projeções e só. Não desce de nave espacial, não sai voando com asas de cristal sobre a platéia ou coisas do gênero. Não precisa. Tem músicas para cantar junto em inglês e espanhol, tem ritmo que faz requebrar até o mais sisudo dos seres, tem simpatia de sobra e tem um pop muito do bem feito. Medalha de bronze para a nossa bombshel latina.
- Os 03 Melhores Shows de 2011
CRIOLO (Cine Jóia / Studio SP - Dez 2012)
Você pode não gostar de rap, não ser ligado em música brasileira, ou mesmo ser aquele tipo que acompanha tanto as novidades que acha que Nação Zumbi é uma banda nova lá do Recife... Você pode mesmo nem ser ligado em música de espécie alguma, ainda assim, a não ser que tenha passado os últimos 6 meses em Vênus, já leu ou ouviu o nome Criolo em algum jornal, revista, site, programa de TV ou mesa de bar.
O cara tem uma história de mais de 20 anos na cena do rap paulistano onde já era bastante respeitado, mas apenas em 201, com o lançamento do excepcional disco Nó na Orelha, é que foi descoberto pela mídia (odeio esta expressão, mas, vá la) e ganhou uma legião de novos fãs de "fora do movimento", como esta que vos fala.
Teses de entendidos em geral para explicar o sucesso do moço é o que não faltam (dá uma googlada que você vai ver) eu, sem pretensão alguma, só posso relatar o que vi e ouvi com meus leigos olhos e ouvidos nos dois shows do cara que tive o prazer de presenciar em 2011.
O som riquíssimo que se ouve no álbum é executado ao vivo por uma banda sensacional, com músicos hiper talentosos e integrados, uma verdadeira pedreira sonora. A entrega de Criolo no show é arrepiante, interpreta cada verso com verdade, alma e coração. Compositor que é, sabe (e mostra) porque e para quê canta cada palavra de suas canções poéticas, raivosas e irônicas a um só tempo. Sua interação com a platéia não tem histrionismo, nem falsa simpatia. Não precisa apelar para clichês de showman para ganhar o público desde os primeiros acordes e, por vezes, palco e platéia parecem mesmo ser uma coisa só. Carisma é algo que não se explica, nem se treina, nem se pode adquirir, ou você tem ou você não tem e Criolo tem de sobra.
Resumo da ópera, o show de um cara orgulhoso e grato a suas origens no rap, mas que não está nem aí para os rótulos e, com toda a humildade, deixa claro que na música e na vida não está disposto a aceitar limites. Reluz e é ouro!
FAITH NO MORE (Festival SWU - Nov 2011)
Aqui eu vou pedir uma licença para eleger um show ao qual eu não compareci, assim, de corpo físico. Pois é, tive de me contentar com a transmissão televisiva e a descrição dos amigos que, privilegiados, estavam lá enfiando - literalmente - o pé na lama. Ainda assim, eles vão levar a medalha de prata aqui na minha votação.
Tive o prazer de assistir a três shows do FNM ao longo da minha vida. Dois em 1991, quando a banda estava no auge do sucesso do álbum The Real Thing, e um em 2009 quando se reuniram para uma turnê do tipo revival, a exemplo do que fizeram diversas outras bandas surgidas na década de 90. Ao contrário de boa parte delas porém, o FNM no palco não parece uma sombra do que já foi. Podem ter se reunido pela grana, podem estar ensaiando um retorno (se o Mike Patton tiver tempo entre os 2 856 33 projetos paralelos), não dá pra saber. Fato é que, quando sobem ao palco, a energia vai à estratosfera como tem que ser num show de rock que se preze!
No show do SWU não foi diferente. Num set list eclético como sempre, a banda tocou para os que ficaram presos em 1991 hitis como Epic, para os fãs de carteirinha (olha eu aí geeente) teve deleites como The Gentle Art to Making Enemies e King for a Day, e para os "que banda é esta mesmo?" não faltaram as covers de Easy e This Guys In Love With You.
Mike Patton num figurino estilo Zé Pilintra, um coro monumental de porra caralho entoado como um mantra e a participação do coral do Instituto Bacarelli (projeto social com crianças da favela de Heliópolis que Mike conheceu por meio do seu projeto musical Mondo Cane) na linda Just a Man foram as cerejas do bolo. Medalha de prata com louvo máximo!!!
SHAKIRA (Estádio do Morumbi - Mar 2011)
Sim, ela é gostosa. Sim, ela vende milhões de discos. Sim, ela lota shows de Roterdan a Caracas. Sim, ela tem uma estrela na calçada da fama. Sim, ela namora o jogador do Barcelona. A despeito de tudo isto - ou melhor, por conta de tudo isto - muita gente não dá muito crédito à artista por trás da pop-star Shakira o que, na minha opinião, é um grande preconceito. Para começar, acredito que qualquer garota que saindo de uma minúscula cidade latino-americana consiga se tornar uma estrela mundial equiparada a divas norte americanas como Beyoncé, já merece, no mínimo, respeito. Não é nada fácil quebrar certas barreiras. "Ah, mas ela passou a cantar em inglês" dirão os xiitas, ok, mas vamos combinar que muita gente se mata enrolando a língua e não consegue nada? Sou suspeita para falar, pois ouço a Colombiana desde 1995 quando ela ainda era morena e "gordita" e frequentava o programa do Gugu... Claro que muita coisa mudou de lá para cá, claro que ela usou de algumas fórmulas para atingir um público maior, mas quem se der ao trabalho de ouvir mais atentamente sua discografia verá que tem um trabalho muito rico ali, mistura entre pop, rock, eletrônico, ritmos latinos com uma marca pessoal muito forte. Irregular, sim, acomodada, nunca. Shakira não repete o que já deu certo, segue compondo e experimentando coisa novas. Às vezes acerta, às vezes erra... Mas não é por ser pop que tem que ser ruim por definição, acho este pensamento bem tacanho.
Ao contrário de outras "divas", seu show não privilegia o lado cênico, e os efeitos pirotécnicos. Ela troca de roupas, tem duas bailarinas, algumas projeções e só. Não desce de nave espacial, não sai voando com asas de cristal sobre a platéia ou coisas do gênero. Não precisa. Tem músicas para cantar junto em inglês e espanhol, tem ritmo que faz requebrar até o mais sisudo dos seres, tem simpatia de sobra e tem um pop muito do bem feito. Medalha de bronze para a nossa bombshel latina.
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