Pular para o conteúdo principal

Lugares para "achar" namorado - Parte Final



E vamos para a terceira e última parte da saga Lugares para "achar" namorado. Para quem pegou o bonde andando, sugiro dar uma olhadinha nas partes I e II. Capítulo de hoje: A Internet.

Sim, é compreensível que a Liga dos Experts em Vida Sentimental sugira a internet como um meio lícito para sair do encalhamento nos dias de hoje. Afinal de contas, a gente acha praticamente tudo na rede: trabalho, gente desaparecida, carro, casa, animal de estimação, destino de férias, receita de torta, tutorial para fazer maquiagem de red carpet em casa, enfim, por que a gente não pode achar um bofe para chamar de nosso?

Pois bem, jamais dei as costas para a possibilidade de conhecer alguém interessante nas esquinas virtuais, mas a coisa não é tão simples assim, vamos aos fatos:

1 - Sites de Relacionamento

Sim, aqueles do tipo E-Harmony, Par Perfeito e afins. Vamos combinar que, por mais que  digamos que não, no fundo, bem lá no fundinho, ao se cadastrar neste tipo de coisa, rola uma sensação incômoda de estar entre os finalistas de algum concurso mundial de loosers.  Mas isto nem é o pior, o pior é a sequência natural do raciocínio que se desenrola na mente enquanto você informa, numa ficha cadastral infinita, se prefere cães à gatos, quantas vezes por semana enche a cara, se gosta de filme iraniano ou é viciado em novela.
Nenhum bom partido que se preze vai se cadastrar neste tipo de coisa, porque, né? Não precisa. Logo, só deve ter aqui homens com problemas sérios de relacionamento, sujeitos dominados pela mãe e serial killers em potencial. Já pensou?! Melhor abortar a missão.
Então, como nos desenhos animados, surge do seu lado direito um anjinho para rebater estes pensamentos maldosos. Imagine! Puro preconceito. Você não é linda, maravilhosa, inteligente, simpática, elegante, sensual, divertida, talentosa, bom caráter e, no entanto, teve que recorrer a estes artifícios? Então, por que moços igualmente sensacionais também não podem? 
Isso mesmo! Deixando o pessimismo de lado você finaliza seu cadastro e (não sem um certo desconforto) se coloca visível lá na prateleirinha virtual.  Pronto, no dia seguinte, ao abrir sua caixa de e-mail você tem a sensação de que virou a Angelina Jolie e ninguém te avisou, 78 novas mensagens de homens interessados na sua pessoa, uau! Tá podendo, hein, bonita?! 
O cenário não é tão cor-de-rosa assim quando você começa a abrir as tais mensagens...  Sabe todo aquele freak show que você tinha imaginado encontrar? Batata! 
Homens com cara de maluco da serra elétrica dizendo que querem casar amanhã? Tem! Senhores de 97 anos de idade que, ao verem sua foto, tiveram a certeza de ser você a pessoa que vai passar com eles os últimos bons momentos? Tem também! Bombadão que só tira foto na frente do espelho estufando o que já é inflado, dizendo que você tem "cara de ser legal", mas que, caso não malhe todo dia, nem precisa responder a mensagem. Opa! Caras com codinomes do tipo Lobo Solitário, Sofredor Arrependido ou Coração Machucado que buscam uma mulher que seja linda, meiga, fiel, saiba compreendê-lo em todos os momentos, goste de ficar em casa vendo futebol e buscando cerveja e esteja disposta a amar os 08 filhos dos 05 casamentos anteriores deles como se fossem seus. Sim, trabalhamos!  
Resumo da ópera, dos 78 pretendentes iniciais, sobram no máximo uns 02 ou 03 com os quais vale a pena trocar mensagens.  Aí, vai depender muito da sua sorte o grau de afinidade que vai rolar com eles. No meu caso, nunca dei muita. Lá pelas tantas descubro que o cara disse que era de SP mas mora no Azerbaijão Setentrional, ou que gosta de dormir enrolado em cobras venenosas, ou que não abre mão de uma casa no campo com 07 filhos, 14 cachorros e uma plantação de milho.
Certa vez cheguei a sair por uns dois meses com um cara que era gato, bem sucedido, simpático, cheio de amigos, não tinha manias esquisitas, enfim, era "bom demais para ser verdade". Daí que, toda vez que saíamos, ficava aquela pulga saltitante atrás da minha orelha: afinal, por que diabos ele tinha se cadastrado num site de relacionamentos? Nunca descobri o motivo, o bofe me deu um pé grandão antes que eu pudesse perguntar. Mistéééério...
Conclusão: até pode ser um caminho, mas é muito cansativo e burocrático. Esta coisa de diariamente ter que ficar analisando currículos, aprovando e descartando candidatos, acaba um pouco com a magia e o tesão da coisa. Desisti.

2 - Redes Sociais

Ah, aí sim! Um lance mais natural. Afinal de contas as redes sociais são, assim, uma espécie de vida paralela, onde você pode, magicamente, estar perto de todos os seus amigos que estão espalhados por aí sem ser impedido pelo trânsito, pela agenda, pela geografia. E, de quebra, tem os amigos dos amigos, e os amigos dos amigos dos amigos.  Toda uma vibe Roberto Carlos, na qual você compartilha daqui, curte ali, tuíta de lá e, nessas, pode conhecer pessoas interessantes e, entre um post e outro, quem sabe não role um clima, vocês levem o virtual para o real e sejam felizes para sempre, ou ao menos, enquanto dure?!
O problema das redes sociais é que rolam alguns "ruídos" no meio desta naturalidade toda.  Por exemplo, você inventa de querer desenterrar aquela paixão do passado para "ver como ele está hoje", vai que... Vai que nada. O cara tá casado, ou noivo, ou saiu do armário há três anos.  Outra coisa chata nas redes é que é muito difícil, para não dizer impossível,  conter o stalker que habita cada um de nós. Quando você menos espera, se vê incomodada porque aquela bisca loira de peitões ofensivos ganhou um comentário todo elogioso do bofe num post ridículo enquanto você, que faz comentários super inteligentes e espirituosos no perfil dele ganha, quando muito, um "curtir" bem do sem graça. Fora o faniquito que dá quando você começa a contabilizar quantas "novas amizades" o fulano fez na última semana. Como assim? Quem diabos são estas 38 novas barangas que meu pretê adicionou?! 
E quando ele escreve no mural de uma fulana tosca: "inbox :) "? Aaaaaaaahhhhhh! É o ápice da irritação.  Inbox com risadinha? Ferrou. 
Redes sociais também dão uma margem imensa a interpretações equivocadas. Mulheres já são PhD em interpretar erroneamente sinais masculinos na vida real, mesmo com todos os signos corporais envolvidos, imagine na internet! O cara aceitou sua solicitação, tá te dando mole. Curtiu uma foto sua, hmmm, aí tem! Marcou você em uma publicação, está  apaixonado. Te mandou um inbox?! Manda fazer os convites e avisa a família que vai ter casamento!  No fim não é nada disso, o cara é simpático e só. 
Com tudo isso, se usadas com moderação, redes sociais são sim opções interessantes. Mas prefiro usá-las para fazer amizades e contatos profissionais mesmo, dá menos xabú! 


Como vocês puderam ver, já percorri todo o circuíto sugerido pela Liga dos Experts em Vida Sentimental  sem grande sucesso.  Entretanto, se como diz o ditado "toda panela tem sua tampa" (ignorando-se o fato de que existem frigideiras) a coisa toda é mesmo uma loteria e não importa muito o lugar certo ou errado. Vou ali viver normalmente enquanto torço para meu bilhete ser sorteado, que remédio?







Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Criando Filhos - Parte II

No texto anterior fornecemos algumas dicas simples e preciosas para mães preocupadas com o futuro de seus rebentos. Mostramos como, já a partir da primeira infância, devemos direcionar meninos e meninas no caminho de uma idade adulta próspera e feliz. Hoje abordaremos os procedimentos a serem adotados naquela que talvez seja a fase decisiva para definir se seus filhos serão ou não loosers: a adolescência. Dos 12 aos 15 anos: Seus filhos já não são mais crianças e começam a delinear uma personalidade. É o momento em que começam a manifestar vontades próprias disto e daquilo, a reinvindicar o direito de escolha sobre o que vestir, o que comer, aonde ir, etc. Atenção, é preciso usar muita estratégia nesta fase, sob o risco de botar todo o esforço feito até aqui a perder!! Você, evidentemente, não pode deixar que seus filhos façam tudo o que quiserem, todavia, se proibir tudo de forma autoritária, o feitiço pode virar contra o feiticeiro e, revoltados, eles podem fazer tudo de pior só par...

Isto não é um post

Queridos inúmeros. Isto não é um post formal.É só um desabafo que escrevo aqui para que vocês sejam testemunhas. Inúmeras testemunhas: Quero que um raio caia na minha cabeça e me tranforme num mico leão dourado vendido ilegalmente para uma família de esquimós sádicos se eu fizer isso de novo!! Obrigada pela atenção dispensada. Beijos a todos.

Um case imobiliário ou De como todo mundo mora "bem" e eu também quero morar.

Olá inúmeros! Não sei quanto a vocês, mas tenho notado algo muito interessante em todos os eventos dos quais participo nesta nossa gloriosa cidade de São Paulo, sejam eles artísticos, modísticos, baladísticos, gastronômicos ou esportivos. Todas as pessoas com quem converso moram em Pinheiros, Vila Madalena, Jardins, Perdizes ou - estourando - Pompéia. Fico pensando, se nossa cidade tem mais de onze milhões de habitantes e tá todo mundo concentrado nesses bairros, bem, é estranho que suas ruas não se assemelhem ao  mais clichê retrato de Bombaim! Também me pergunto de onde é toda aquela gente que congestiona as vias que ligam os outros bairros da cidade? E aquele povo todo espremido nos ônibus, metrôs e trens?  Seguramente são marcianos que, com a globalização atingindo níveis integalácticos, vêm diariamente trabalhar em São Paulo.  A questão é, trata-se somente de uma grande coincidência (as pessoas vivem nos referidos bairros mesmo, sim porque sim) ou você só é descol...