Vivemos num mundo tão alucinadamente
veloz que, logo mais, vão estar pedindo
para a luz acelerar que ela anda muito lerda...
Somos exigidos ao extremo, todas
as entregas tem que ser para anteontem e de, no mínimo, 150%. Super heróis e heroínas do cotidiano,
profissionais de destaque, belos, engajados, saudáveis, sociáveis, descolados, prósperos,
bem vestidos etc (tantos eteceteras). Temos que assistir a todos os filmes, ouvir
todas as músicas, ler todas as notícias, ter todos os gadgets e apps... E nós ainda somos os privilegiados da
humanidade, porque os que estão na outra ponta da corda lutam ferozmente para
simplesmente sobreviver.
É cansativo, honestamente, tenho
minhas dúvidas de que seja humano. Ainda assim,
no meio deste turbilhão pequenas atitudes ainda nos diferenciam dos
robôs, uma delas chama-se gentileza.
Cumprimentar as pessoas ainda que elas não façam parte do círculo
social, dizer obrigado sempre que puder, fazer um elogio ao colega de trabalho,
ouvir por um minuto a história da vizinha idosa, responder a uma mensagem que
você recebeu de um estranho ainda que seja para dizer “desculpe, não posso te
ajudar”, enfim, coisas que não fazem ninguém perder um braço. Infelizmente temos perdido
isto, dia após dia, e o mundo vai ficando mais duro e mais cinza.
Não quero aqui me gabar de ser a
pessoa que faz tudo certo e pinta o mundo de cor-de-rosa 24 horas por dia,
também escorrego feio (e muito), mas me incomodo com isto quando me dou conta e
tenho procurado melhorar a cada dia. Ao mesmo tempo fico muito feliz quando vejo que ainda há pessoas que pensam como eu, que, sem saber, e com pequenas atitudes renovam minha fé na Humanidade com H maiúsculo. Não sei quanto a vocês, mas eu não quero
virar robozinho.
* Imagem: Nalucki (Flickr)
* Imagem: Nalucki (Flickr)
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bjs