Pular para o conteúdo principal

Vida de novela

A vida definitivamente não é uma novela.
Em novelas os problemas tem glamour, as pessoas sofrem bem vestidas e maquiadas e, de preferência, com vista para o mar. Mas isso não é o principal, o melhor de tudo é que os problemas sempre tem solução e quando ela vem, nossa! A solução não apenas "soluciona" como torna a vida do cidadão dez vezes melhor... As novelas são cheias de surpresas boas! O dinheiro sobra, o amor também. E mesmo que a personagem sofra horrores, mesmo que a cada capítulo coma o pão que o diabo amassou ela não tem com que se preocupar, porque no máximo dali a oito meses (não é a duração máxima das novelas?) o happy end está garantido!! Basta só um tiquinho de paciência.
Mas porquê estou escrevendo tudo isso, coisas que todo bom brasileiro já sabe? Sei lá. Hoje especialmente estive comparando a realidade novelística com a realidade real. Ah, a vida é tão diferente... Tão menos cor-de-rosa. Mas não menos surpreendente!! Sim, a vida - como uma boa novela das 9h - tem também suas reviravoltas, também tem mocinhos e vilões (embora, ao contrário do que ocorre nas novelas, muitas vezes não saibamos que estamos interpretando determinado papel), também tem sol e mar, até mesmo trilha sonora. No fundo a vida é um grande novelão. Só que na vida real a gente não tem algo que faz a grande diferença: a certeza do happy end. A redenção de saber que ele virá nem que seja no último capítulo, esta a gente não tem. Talvez por isso a gente - ao contrário das bonitonas da TV - não consiga sofrer sem borrar a maquiagem ou estragar a chapinha. A gente chora e se descabela sem dar a mínima pro glamour, porquê a angústia de achar que aquela situação vai durar pra sempre é muito grande e, por vezes, é mesmo desesperadora. Em qual capítulo vai acabar? Cadê o autor pra nos dizer?
Se não o happy end, que vennham ao menos, alguns capítulos melhores...

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Gato, me liga. Mais tarde tem balada... Ixi, espera. Melhor não!

Quando se é jovem ­- ou nem tanto assim, mas não ainda velha, vá lá, trintona com corpinho de 25 – solteira e moradora de uma metrópole como São Paulo, parece constituir-se um pecado mortal, um crime inafiançável, não querer sair por aí “na night” bebendo todas, dançando como se não houvesse amanhã, exalando euforia por cada poro do corpinho meio suado. É como se você estivesse abdicando de uma parte fundamental da vida, enterrando a si mesma, ainda em vida, numa cova com uma lápide onde se lê:  “Aqui jaz uma jovem mulher em tédio mortal.” 

Chapéus de Verão

Oi inúmeros! Passando rapidamente por aqui só para dar uma diquinha para este clima Saara que estamos vivendo, sobretudo se você estiver na praia e, mais ainda, se estiver tentando imprimir algum glamour ao suadouro...rs Estes chapéus super fofos da Ovini Objetos que podem ser usados de ambos os lados ajudando a diversificar o look. Cliquem e confiram! www.ovniobjetos.com.br

1997

Em junho de 1997 Jurassik Park estreava nos cinemas e Spielberg ficava um pouco mais rico, mesmo não estando em um de seus melhores momentos. No mês seguinte, a empregada doméstica Célia tinha seu segundo filho, sozinha, num minúsculo quartinho e,em seguinda, abandonava-o numa calçada, próximo ao lixo, sendo promovida desta forma a personagem de execração pública nacional. No futebol, Pelé tentava aprovar um pacote de medidas que, entre outras coisas, acabava com a lei do passe. O Rio de Janeiro se preparava para a visita do Papa João Paulo II. A atriz Vera Fischer perdia na justiça a guarda de seu filho com o também ator Felipe Camargo. José Saramago publicava Todos os Nomes, mais um na sua lista aparentemente infinita de ótimos livros. Enquanto tudo isto – e muito mais – acontecia, eu estava fazendo o quê? Quantos navios eu fiquei a ver passar em 1997? Dezenas, de certo. Talvez centenas. Fato é que, sei lá, me deram um boa noite Cinderela qualquer que me fez dormir acordada. Era époc...