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FUGA

Um cigarro, uma bebida, uma droga qualquer, talvez me ajudassem a suportar a dor que permito que os outros causem em mim. Mas não quero me apegar a nada disso, quero suportar tudo com a força que tento descobrir em mim cavando cada vez mais fundo.
Um amigo, novo ou antigo, às vezes ajuda com uma injeção de coragem, mas no fim da noite sou só eu, a dor é sempre solitária.
Acordar vestida de prata em saltos enormes é o que, no fundo, eu queria. Ser tudo e nada do que sou. O espelho, entretanto, mostra sempre a mesma imagem distorcida, implacável, indestrutível...
É comigo que caminho, que terei sempre que caminhar, não posso abandonar-me a um canto e seguir como outra pessoa. Entender isto é um presente e uma cruz. Minha droga tem que ser eu, embriagar-me de meus prazeres e pequenas conquistas e só o que pode me alentar.
Articular todos os meus pedacinhos, construir sobre a destruição é o único caminho para algo próximo à felicidade.

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