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Daqui não saio. Daqui ninguém me tira


Idéia fixa, você ainda vai ter.


Idéia fixa. O nome já diz tudo. Aquele  pensamento que chega com sua barraca, fogareiro, saco de dormir, lanterna e farta reserva de alimentos para passar dias, semanas, quiçá meses, alojado em nossa cabeça. Ele pode até ter sido convidado e ser do tipo bacana, leve, divertido. Ainda assim, não é bom um pensamento que fica aboletado indefinidamente. Como quando a gente recebe visita em casa, por mais que seja querida,  o papo seja bom, chega aquela hora em que você quer colocar o pijama rasgado, comer leite condensado direto da lata, de perna pra cima no sofá, sabe como é...

Agora, dureza mesmo, caso de polícia é quando a tal idéia fixa é do tipo persona non grata.  Vem pra atormentar, tirar o sossego, atrapalhar as outras atividades sem trazer nada de útil em troca, só pra incomodar mesmo.  Colocar a vassoura atrás da porta parece que não funciona. Então, o quê?! “Ocupe a mente com outra coisa” dizem os experts. Ah, tá, mas as idéias fixas costumam ser tão espaçosas, mas tão espaçosas que não deixam lugar para entrar mais ninguém no cafofo mental. Nem mesmo um pensamento magrinho como uma modelo de passarela consegue respirar de tão espremido que fica ali. “Outra coisa”, apenas, não é o suficiente, tem que ser A coisa, ou várias coisas, uma verdadeira invasão de ideiazinhas petulantes, bradando palavras de ordem, empunhando cartazes idéia fixa go home, you`re drunk !

Portanto, cuidado. Fique esperto. De sempre uma olhadinha para todos os lados antes de entrar em casa, têm sempre uma idéia fixa mala passeando por aí, uma deles pode querer invadir sua cabeça.


 

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