Aviso aos navegantes, não é uma crítica nem contém spoiller. É pitaco mesmo.
O melhor de “O Som ao Redor” é justamente o som das vozes dos atores/personagens.
A música das falas do dia a dia, dos diálogos banais que escondem sentimentos
ou sentidos profundos, com aquela cadência linda do sotaque recifense. Esperava
mais do filme como um todo, dada a enxurrada de críticas positivas. Não que eu
tenha desgostado. Gostei, sim. Apenas não achei tão espetacular como se
apregoou por aí. Mas o som... das falas, da rua, do que se esconde dentro das
casas, da intimidade do dia a dia de uma vizinhança ordinária como tantas
outras espalhadas pelo país, esse sim, realmente é espetacular.
Não é um filme
para agradar todo mundo (ainda bem). Não vá se você gosta de filmes palpitantes, eletrizantes,
ou melhor, vá, vá sim! Não acho saudável a gente se acomodar a um só gênero.
Mas vá ciente que você estará fazendo um exercício, se abra para ele. E o
final? Bem, não vou fazer spoiller, mas é bem inventivo e te deixa com aquela
sensação mista de que tudo se encaixou, ao mesmo tempo em que nada é certo.
Enfim, um filme corajoso por fugir da fórmula “episódio de série televisiva
esticado para 2 horas”, honesto, original e, por isso, merecedor dos incentivos
recebidos.
Preste atenção!
- Na cena da reunião de
condomínio. Quem quer que já tenha comparecido a uma delas vai sentir um deja vu tragicômico delicioso.
- No grupo de seguranças. Atuação dos atores na
medida exata de tensão e ambiguidade que essas personagens costumam carregar na
vida real.
- Na fofice da personagem João. Todo condomínio merecia um vizinho assim! Vou sugerir na próxima aqui do meu prédio.
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