Sabem aquele papo de rir de si
mesmo? Eu sempre achei uma boa idéia. Rir
de si mesmo é uma maneira eficiente e barata de tirar um pouco do fel da vida,
de não a dar às coisas uma proporção maior do que elas devem ter. Sobretudo,
rir de si mesmo é uma maneira de não fazer conosco o que já tem tanta gente
para fazer: julgar, catalogar, empilhar, colocar cor, nome, etiqueta e pedigree
nos nossos erros e fracassos.
A gente tropeça, quebra o salto
do sapato, cai de cara nas poças de lama da vida, mas ri, gargalha da situação,
como se estivesse vendo um daqueles clássicos programas de “vídeo cassetadas”. Quando a gente ri de uma situação tira um
pouco do seu peso e, mais leve, fica menos difícil arremessá-la para longe e
seguir em frente. Rir de si mesmo não significa não se levar a sério, significa
apenas lidar melhor com as próprias falhas.
Embora eu acredite de verdade
nisto, às vezes não consigo rir de mim mesma, não. Há épocas em que parece tudo
tão errado e fora de lugar... Como uma partida O Universo x Eu Mesma, sem que
eu tivesse escolhido jogar contra quem quer que seja. Tudo parece grande demais, definitivo demais,
absoluto demais, sério demais. Uma
tragédia grega, em que o herói, por cometer uma única falha, vê seu destino rolando
ladeira abaixo rumo à catástrofe total, sem chance de remediação. Mas, opa,
espere aí. É claro que a vida não é tão trágica, é claro que é muita pretensão
achar que todos os deuses do universo vão perder seu tempo bolando uma
intrincada trama só para me derrubar, quando tem tantos outros pepinos para
resolver. E, pensando numa sujeitinha
com este grau de megalomania, ainda que às avessas, é inevitável soltar ao
menos um risinho. Ufa!
Imagem: weheartit.com
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