Pular para o conteúdo principal

Houve uma vez...(?)


Hoje, por conta de um compromisso cancelado na última hora, me vi na sempre agitada Av. Paulista sem ter exatamente um rumo. Sem vontade de simplesmente dar a meia-volta volver, resolvi aproveitar a tarde e pegar uma sessão de cinema. Entrei no Bristol sem a mínima idéia do que assistir, sem disposição para o drama de Flor do Deserto, tampouco para o excesso de felicidade de Plano B, comprei ingresso para Cartas para Julieta.
Sem ter qualquer noção prévia do enredo do filme entrei na sala quase vazia atraída - confesso - pela irresistível combinação daquelas três palavrinhas no cartaz: Gael Garcia Bernal.
Logo no início do filme deu para perceber que se trataria de uma história romântica do tipo que eu costumo chamar de "nave espacial". Daquelas nas quais você vai entrar e viajar, literalmente, para um outro planeta, um mundo fantástico, onde coisas fabulosas acontecem, principes e princesas encantados existem, o amor tudo vence e o final feliz é garantido, 90 minutos depois você vai baixar novamente à Terra mas ainda vai passar alguns minutos, horas ou até dias acreditanto em destino, alma gêmea, corações palpitantes e felizes para sempre. O período de readaptação será tanto mais curto ou mais longo, quanto maior ou menor for o seu choque de realidade em relação ao que viu na tela. Dito e feito, o filme foi ridiculamente encantador, ingênuo, irritantemente fofo e, lá estava eu (e não só eu, diga-se) com lágrimas escorrendo pelo rosto e o coraçãozinho louco para acreditar que o amor existe o mundo é perfeito e todas as pessoas são felizes (como na música da Legião).
Fico me perguntando, se todos nós sabemos que "romance de cinema" só existe no cinema, porque continuamos acreditando (ou querendo acreditar) neles? A despeito de números, fatos, vivências, exemplos, estamos sempre preparados para viver uma grande paixão hollywoodiana. O irônico é que, este questionamento, que parecia me levar fatalmente ao pragmatismo ou ao que muitos considerariam pessimismo me fez pensar o oposto. Muito antes de existir Hollywood existiam os romances, e antes dos romances as canções, e antes das canções as histórias, apenas contadas, de mãe para filha, de amigo a amigo, de mestre a aluno. E se houve o primeiro conto de fadas, o primeiro happy-end, o primeiro príncipe encantado que deu origem a todos os demais, ou tivemos um homem muito, mas muito criativo, capaz de criar um conceito, uma fantasia a partir do nada, ou ele teve, ao menos, uma inspiração... Houve um casal, houve um acaso, houve um amor que durou para sempre, talvez ela não fosse uma princesa, nem ele um principe, mas viveram felizes para... Nem tão para sempre que conseguissem ver sua história ser contada, recontada, modificada, modernizada, traduzida, encenada de mil e uma formas ao redor do mundo. Uma pena, acho que eles gostariam de Cartas para Julieta.


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Chapéus de Verão

Oi inúmeros! Passando rapidamente por aqui só para dar uma diquinha para este clima Saara que estamos vivendo, sobretudo se você estiver na praia e, mais ainda, se estiver tentando imprimir algum glamour ao suadouro...rs Estes chapéus super fofos da Ovini Objetos que podem ser usados de ambos os lados ajudando a diversificar o look. Cliquem e confiram! www.ovniobjetos.com.br

Mamãe eu acho que estou ligeiramente obcecada...

Olá inúmeros! Tenho estado bastante ausente daqui por dois motivos principais: falta de tempo (correria master no trabalho) e uma ligeira inflmação no ombro, que têm me  forçado  a maneirar um pouco  com  o computador nas horas vagas. Mas, nem por isso, deixo de passar por aqui hoje - neste infernalmente quente feriado de aniversário da cidade de São Paulo - para compartilhar com vocês um dos saudosos posts "Egotrip Alucinada". So... here we go! Com vocês, minhas obsessões físico/estilísticas atuais, potencializadas dez vezes  nesta semana de TPM má-xi-ma! 1) Dentes ultra brancos :  Está decidido, não dou mais um passo nesta vida sem um clareamento super-mega power nos dentes. Cheguei a conclusão que eles estão amarelos como os de um fumante, sendo que eu nunca fumei, logo, tenho apenas sorrido no estilo Monalisa, o que é meio cansativo. 2) Cabelos ultra loiros: É isso, contrariando a mim mesma, ando com uma vontade alucinada de adotar um look "blondon" tot...

Pingos nos is.

Quando eu começei este blog há uns 3 anos, com outro nome inclusive, eu não tinha qualquer pretensão a não ser a de criar um espaço para escrever as coisas que me viessem à telha ,todas aquelas coisas que, de um modo geral, a gente não tem muita oportunidade de conversar com ninguém no dia-a-dia, assim, na pausa para o cafezinho, digamos. Com o passar do tempo, por conta de necessidades profissionais, fui fazendo algumas alterações por aqui, a começar pelo nome. Os posts deixaram de ser tão autobiográficos e passaram a tratar mais de moda, estilo, enfim, sempre com um viés mais comportamental, afinal, esta "essência" fiz questão de manter. Reuni os posts antigos sob a tag "egotrip alucinada" e o Lu Looker ficou sério. Ocorre que, se antes eu partia da premissa de que ninguém iria ler minhas bobagens mesmo, e sendo assim, não havia qualquer pressão, a partir do momento em que o foco mudou veio também a necessidade de manter o blog sempre atualizado, interessante, rel...