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Hopes and Fears - Parte II

Conforme prometido, continuo de onde parei o post sobre meu medo de dirigir, contando para vocês sobre a terapia comportamental que comecei a fazer como último recurso para ultrapassar esta barreira.
Como já mencionei, o tratamento é feito tanto dentro como fora do carro. Nas aulas propriamente ditas você dirige o carro da clinica acompanhado de um assistente terapêutico. Conhecidos como ATs, são seres dotados de infinita paciência e calma inabalável. Você pode estar chorando, batendo, xingando, maldizendo cinco gerações passadas e futuras da sua família, ao contrário de qualquer acompanhante "normal", eles estarão lá para passar as orientações pertinentes, mantê-la calma e garantir que você vai continuar dirigindo até o final da aula, haja o que houver. Em hipótese alguma vão pegar o carro para você e só irão interferir diretamente nas suas decisões em caso de necessidade extrema.
Além das aulas, fazemos duas horas semanais de terapia em grupo. Ou seja, pessoas que compartilham da mesma dificuldade se reunem, sob orientação de uma psicóloga, para compartilhar suas dificuldades, sua evolução, seus tropeços... Esta talvez seja a parte mais importante do tratamento, através do grupo você se motiva, entende pelo exemplo dos outros as sua próprias dificuldades e, sobretudo, deixa de se sentir um ET ou uma minhoca. Saber que pessoas de profissões, idades e vivências tão distintas compartilham a mesma dificuldade traz uma sensação de alento muito grande, pela primeira vez você sente que não é a única, que não está sozinha.
Dentro desta dinâmica semanal (aula + grupo) o tratamento é composto de quatro etapas: Reaprendizagem, Percursos, Tarefas e Objetivos. Sendo os dois primeiros feitos no carro da clínica, com os ATs, e os dois últimos com seu próprio carro e sozinha. SOZINHA + CARRO, para os que tem medo, costuma ser similar a ALMADINEJHAD + ARMAS NUCLEARES, ou seja, sinal de tragédia iminente.
Continua...

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