Olá inúmeros.
Nem ia escrever este post, pois é mais um da série Egotrips de Uma Garota Latino Americana, a qual venho tentando dar fim há alguns meses, no intuito de fazer do Água um blog sério e respeitável como manda o figurino. Mas não pude evitar, momentos "ego" tomam contam do meu ser às vezes e, pumba, lá vou eu de novo colocá-los em texto para compartilhar com vocês.
O fato é que num momento arrumação geral da estante encontrei um CD com a trilha sonora do espetáculo Fora de Órbita, que fez temporada no ano de 2004 na cidade de São Paulo, encenado pela hoje extinta Panacéia Cia. Teatral, ouvir esta trilha desencadeou em mim emoções contraditórias. Vontade de rir e chorar ao mesmo tempo, uma nostalgia boa, acolhedora, misturada a uma certa angústia por ver que o tempo passa tão depressa e às vezes a gente não sabe direito o que está fazendo da nossa vida, se a coisa muito errada ou a coisa muito certa.
Aí vocês pensam: hãm, o que tem esta trilha de tão especial? Por acaso ganhou algum prêmio Shell, Moliére, Nobel, Oscar?!?! Ou teria este espetáculo sido algum marco revolucionário na história do teatro brasileiro, quiçá ocidental? Não, nada disso. Fora de Órbita foi o último espetáculo que eu encenei como atriz, não só isso, o último espetáculo que produzi com a Panacéia o grupo que eu tinha com outros amigos atores que cursaram comigo a faculdade de Artes Cênicas. O último espetáculo que roteirizei, que ajudei a criar o figurino, os cenários, a trilha... Enfim, o último espetáculo de uma "carreira" nos palcos que começou quando eu tinha 14 anos e, de uma oficina de teatro que foi dada na escola, entrei para um grupo amador e aí não parei mais. Veio o Macunaíma, a faculdade, as performances em barzinhos, todos os micos, todos os testes,os espetáculos que foram ensaiados e nunca estrearam, as temporadas prá lá de undergrounds em bibliotecas, colégios e muquifos em geral; foram todas as pessoas que riram e fizeram as noites valerem a pena. Até que em 2004, ao final da temporada do Fora de Órbita, foi como se um vaso tivesse se quebrado dentro de mim. Por alguma razão (ou por várias) a crença de que eu tinha nascido para estar ali, e que algum dia tudo daria realmente certo simplesmente desapareceu. Sem grandes crises, tipo Jonh Lennon,"o sonho acabou".
Desde então, já se passaram cinco anos, descobri prazer em outras coisas, na minha nova "carreira" e não duvidei (ou não quis duvidar) da minha escolha de pendurar as chuteiras, embora às vezes bata as saudades, sobretudo quando alguém me encontra e pergunta: E, o teatro? Quando vai ter outra peça? Aí lá vou eu explicar que focinho de porco não é tomada e tals...
Agora, hoje, ouvindo a tal trilha tudo passou na minha mente feito um filme. Um filme que não sei bem se é drama, comédia, filme trash ou filme cult.
Nem ia escrever este post, pois é mais um da série Egotrips de Uma Garota Latino Americana, a qual venho tentando dar fim há alguns meses, no intuito de fazer do Água um blog sério e respeitável como manda o figurino. Mas não pude evitar, momentos "ego" tomam contam do meu ser às vezes e, pumba, lá vou eu de novo colocá-los em texto para compartilhar com vocês.
O fato é que num momento arrumação geral da estante encontrei um CD com a trilha sonora do espetáculo Fora de Órbita, que fez temporada no ano de 2004 na cidade de São Paulo, encenado pela hoje extinta Panacéia Cia. Teatral, ouvir esta trilha desencadeou em mim emoções contraditórias. Vontade de rir e chorar ao mesmo tempo, uma nostalgia boa, acolhedora, misturada a uma certa angústia por ver que o tempo passa tão depressa e às vezes a gente não sabe direito o que está fazendo da nossa vida, se a coisa muito errada ou a coisa muito certa.
Aí vocês pensam: hãm, o que tem esta trilha de tão especial? Por acaso ganhou algum prêmio Shell, Moliére, Nobel, Oscar?!?! Ou teria este espetáculo sido algum marco revolucionário na história do teatro brasileiro, quiçá ocidental? Não, nada disso. Fora de Órbita foi o último espetáculo que eu encenei como atriz, não só isso, o último espetáculo que produzi com a Panacéia o grupo que eu tinha com outros amigos atores que cursaram comigo a faculdade de Artes Cênicas. O último espetáculo que roteirizei, que ajudei a criar o figurino, os cenários, a trilha... Enfim, o último espetáculo de uma "carreira" nos palcos que começou quando eu tinha 14 anos e, de uma oficina de teatro que foi dada na escola, entrei para um grupo amador e aí não parei mais. Veio o Macunaíma, a faculdade, as performances em barzinhos, todos os micos, todos os testes,os espetáculos que foram ensaiados e nunca estrearam, as temporadas prá lá de undergrounds em bibliotecas, colégios e muquifos em geral; foram todas as pessoas que riram e fizeram as noites valerem a pena. Até que em 2004, ao final da temporada do Fora de Órbita, foi como se um vaso tivesse se quebrado dentro de mim. Por alguma razão (ou por várias) a crença de que eu tinha nascido para estar ali, e que algum dia tudo daria realmente certo simplesmente desapareceu. Sem grandes crises, tipo Jonh Lennon,"o sonho acabou".
Desde então, já se passaram cinco anos, descobri prazer em outras coisas, na minha nova "carreira" e não duvidei (ou não quis duvidar) da minha escolha de pendurar as chuteiras, embora às vezes bata as saudades, sobretudo quando alguém me encontra e pergunta: E, o teatro? Quando vai ter outra peça? Aí lá vou eu explicar que focinho de porco não é tomada e tals...
Agora, hoje, ouvindo a tal trilha tudo passou na minha mente feito um filme. Um filme que não sei bem se é drama, comédia, filme trash ou filme cult.
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