Pular para o conteúdo principal

Dito por outras palavras

" A vida inteira eu fui o tipo de pessoa em quem as pessoas confiam. E a vida interia senti-me envaidecida por isso - grata pela sensação de importância que se sente quando recebemos uma informação privilegiada. Nos últimos anos, entretanto, eu percebi que minha gratificação está dando lugar a uma certa indignação. Por que, eu me vejo perguntando mentalmente ao meus confidentes, você está contando isso pra mim? É óbvio que eu sei por quê. Eles me contam porque me consideram inofensiva. (...) todos eles, me fazem suas confidências com o mesmo espírito que fariam a um castrado oua um padre - com a idéia de que eu estou tão fora do jogo, tão afastada das coisas do mundo, que não represento nenhuma ameaça. O número de segredos que ouço está na proporção inversa do número de segredos que as pessoas esperam que eu possua. E esta é a verdadeira causa do meu aborrecimento. O fato de me contarem segredos não é - nem nunca foi - uma sinal de que me encaixo ou importo. É justamente o contrário: a confirmação da minha irrelevância."

(Trecho do livro Anotações sobre um escândalo de Zoë Heller)

Quando li isso senti um baque.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Isto não é um post

Queridos inúmeros. Isto não é um post formal.É só um desabafo que escrevo aqui para que vocês sejam testemunhas. Inúmeras testemunhas: Quero que um raio caia na minha cabeça e me tranforme num mico leão dourado vendido ilegalmente para uma família de esquimós sádicos se eu fizer isso de novo!! Obrigada pela atenção dispensada. Beijos a todos.

1997

Em junho de 1997 Jurassik Park estreava nos cinemas e Spielberg ficava um pouco mais rico, mesmo não estando em um de seus melhores momentos. No mês seguinte, a empregada doméstica Célia tinha seu segundo filho, sozinha, num minúsculo quartinho e,em seguinda, abandonava-o numa calçada, próximo ao lixo, sendo promovida desta forma a personagem de execração pública nacional. No futebol, Pelé tentava aprovar um pacote de medidas que, entre outras coisas, acabava com a lei do passe. O Rio de Janeiro se preparava para a visita do Papa João Paulo II. A atriz Vera Fischer perdia na justiça a guarda de seu filho com o também ator Felipe Camargo. José Saramago publicava Todos os Nomes, mais um na sua lista aparentemente infinita de ótimos livros. Enquanto tudo isto – e muito mais – acontecia, eu estava fazendo o quê? Quantos navios eu fiquei a ver passar em 1997? Dezenas, de certo. Talvez centenas. Fato é que, sei lá, me deram um boa noite Cinderela qualquer que me fez dormir acordada. Era époc...

THANK YOU

Ah, não posso encerrar o ano sem agradecer nominalmente aos meus principais leitores, aqueles que - dentre todos os meu inúmeros leitores, passam por aqui com frequência e deixam (às vezes) seus comentários. Fabinho Chiorino: mentor e colaborador de um dos blogs mais bacanas da net, o Haja Saco. Obrigada pelas dicas e críticas desde o começo do Água. Lélia Campos: amiga linda, inteligente e super culta e cabeça, autora do blog Um Certo Olhar, mata a gente de inveja de tantos livros que leu, tantos discos que ouviu... Ricardo Bárbaro: figurinha ímpar, músico, performer, futuro advogado, do Blog da Gentileza (para o qual me permitiu fazer algumas colaborações e até fez uma citação do meu "inúmeros", rs), faz tempo que não deixa um comment, mas sei que passa sempre por aqui. A vocês meu grande carinho e muito obrigada.