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Nada é tão ruim... - parte 02

Jonas, o namorado da Marcinha, às vezes dizia :"querida, você tem que entender que nem todos interpretam as coisas da mesma forma que você! Talvez fosse o caso de escolher melhor as palavras entende?" Ao que ela retrucava que ela escolhia suas palavras muito bem, a questão era que as pessoas não sabiam ouvir, não tinham paciência para a explicação que vinha depois, etc,etc,etc. Pois é Marcinha, muitas vezes o problema está no tal do etecétera. As pessoas andam meio sem paciência para falar, para ouvir, daí que ocorrem muitos mal-entendidos, confusões, etc. etc, etc.
E a vida de Marcinha seguia normalmente no melhor esquema "pacato-cidadão", e foi num dia comum da vida ordinária da Marcinha que ocorreu um fato que mudaria tudo.
Av 09 de Julho, Sampa, 18h45, terça-feira, dia do rodízio do carro da Marcinha que em respeito à lei e a cidadania voltava do trabalho de ônibus. O calor era quase insuportável dentro do coletivo, um número indecente de pessoas por metro quadrado, um anda-para, anda-para de tirar do sério até Santa Terezinha! Sendo o motorista também um filho de Deus e estando na sua décima viagem do dia, deu uma freada mais brusca e foi aquele caos: gritos, gemidos, cotoveladas, palavras de baixo calão saindo da boca de mocinhas com cara de boneca. Marcinha,ao levar um tremendo pisão no dedinho do pé, também ela, não pode evitar uma careta e um quase inaudível "ai cacete". Foi então que uma simpática senhorinha que estava so seu lado, olhou bem para nossa heroína e disse, com um sorriso desconcertante: "calma minha filha, nada é tão ruim que não possa ficar pior". (continua)

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