Num restaurante de São Paulo:
Garçon – Está aqui a sua via, senhor. Obrigada. Já vou
trazer o cafezinho.
Cara – Valeu grande. Nossa, comi até demais, o risoto daqui é muito
bom.
Moça – É, é uma
delícia mesmo. Cara. É... Eu preciso te falar uma coisa. Sabe por que eu
insisti em vir no meu carro hoje?
Cara – Humm. Sei lá. Porque você não bebe e sabia que
eu ia beber?
Moça – Não. É
porque eu escondi uma adaga no banco de trás e eu pretendo te matar com ela e
depois desovar seu corpo num córrego.
Cara –
Ahahahahahahahahahaha!
Moça – Cara... É
sério. É verdade. Eu sou louca. Eu mato os caras com que eu transo. É tipo um
padrão.
Cara - AHAHAHA. Maluquinha (beijo). Quer dizer que
você é uma serial killer?
Moça – Isso. Você
lê jornal? Vê, sei lá, o UOL?! Já dever ter ouvido falar na Maníaca Perfumada. Nos 5 corpos encontrados nos últimos meses...
Cara – Pô. Até
ouvi, mas... AHAHAHA. Sei lá! Vai me
dizer que a maníaca é você? Uhum. Mas é
uma linda, mesmo (mais beijo).
Moça – Sim. Só
que por alguma razão, de você senti um certo dó, você é um cara bacana. Daí,
durante esse jantar, eu meio que desisti. Mas eu me conheço e sei que, a qualquer
momento, eu vou mudar de ideia e voltar ao plano inicial. Isso já ocorrei
outras vezes e, no fim, o resultado foi IML mesmo.
Cara – Sei, sei I
M L ai que medoooo, rsrsrs (outro beijinho).
Moça – Humpf...
Se eu fosse você, tomava um táxi, ia embora pra casa, apagaria meu
telefone e atravessaria a rua se um dia cruzasse comigo.
Cara - Mas isso é
que eu não faço gata. Tá doida! Aliás, cadê esse garçom com o café? Não
vejo a hora de a gente ir lá pra casa. Vem cá, vem... (e mais e mais beijo).
Moça – Cara, para com isso! Tô dizendo que sou uma assassina serial e você
só pensa em me beijar e me comer? Cara, presta atenção, eu sou uma assassina
sanguinária que não pode viver em sociedade. Tipo... Corre!!!
Garçon – Senhor,
seu cafezinho.
Cara – Ô!
Obrigado. Tá vendo essa moça linda aqui? Acho que ela está precisando de um
brigadeiro (beijos e mais beijos).
Moça – Bom. Eu
avisei.
Garçon - Está aqui a sua via, senhor. Obrigada. Já vou
trazer o cappuccino.
Cara - Valeu grande. Nossa, comi até demais, esse capellini daqui é
muito bom.
Moça - É, é uma
delícia mesmo. Cara. É... Eu queria te dizer uma coisa. Já faz um tempo que a
gente tá saindo e tem sido tão legal e tudo. Sabe, eu tô realmente gostando de
você.
Cara - Er...
Nossa. Você não tá achando aqui muito abafado?
Moça - Abafado?
Não, o ar condicionado tá bem gelado até.
Moça - Então,
você ouviu o que eu disse? Eu gosto de você, de verdade, mesmo.
Cara - Gosta de mim...
Aham. Nossa, acho que eu tô passando mal. Tá muito abafado aqui, eu tô com
dificuldade pra respirar.
Moça - Calma,
calma, tira a jaqueta.
Cara - Faz assim, eu vou ali no banheiro jogar uma
água no rosto, pede uma tônica gelada pra mim.
Moça - Tá. Mas,
quer que eu te acompanhe até a porta, você tá lívido!
Cara - Nãããão
pelo amor de Deus! É... não, não,
precisa não. Já volto.
Tic, tac,
tic, tac
Garçon – Senhorita. O cafezinho e a conta.
Moça – Você pode
me fazer um favor? O rapaz que está comigo foi até o toalete, ele não estava se
sentindo muito bem. Será que você pode
dar uma olhadinha?
Garçon – Hã...
Aquele rapaz de jaqueta azul?
Moça – Isso.
Garçon – Creio
que não há motivos para preocupação senhorita. Ele tomou um táxi há pouco,
parecia ótimo.
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