De mim nunca se dirá "saiu no auge". Eu não sei sair no auge de nada, deixando aquela aura mítica de quem conhece o momento certo para tudo e usa isto a seu favor. Eu vou sempre até o fim, até o desgaste total, até arrebentar o último fiapinho. Eu passo do limite do razoável. Esgoto todas as possibilidades. Eu sou a que é colocada pra fora da festa, jamais saio no meio do baile, enquanto a orquestra toca, fazendo as pessoas se perguntarem "ué, onde está a garota do vestido vermelho, já foi?". Não. Eu saio quando alguém já está varrendo o chão e me olhando como quem pergunta "ainda está aí?". Só quando apaga a luz. Só quando já não tem mais carona, nem táxi. Volto a pé, de salto quebrado, maquiagem borrada, sem nenhum glamour.
Mais pra Adriano do que para Pelé. Mais para Judy Garland do que pra Grace Kelly.
Contrario os assessores, os conselheiros, a lógica e o bom senso.
Podem ir, vou ficar mais um pouco, tentar mais uma vez, errar mais uma vez, dançar mais uma vez.
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