Que a grama do vizinho parece ser sempre mais verdejante que a nossa, todo mundo já sabe. Mas, há fases na vida em que esta sensação se intensifica bastante e parece mesmo que os jardins alheios foram adubados com maná e tiveram paisagismo do Burle Marx, enquanto o nosso tem lá um ou dois arbustos sofríveis. Não é exatamente agradável. Tendemos, nestas fases, a ficar escrutinando tudo o que há de negativo em nossa vida, ou em nós mesmos e os problemas e defeitos (ou ao menos o que consideramos desta forma) parecem se multiplicar mais que pipoca estourando na panela.
Ok, inúmeros, vamos deixar a terceira pessoa de lado, não sei se mais alguém passa por isto, me refiro, claro está, a mim mesma. Lembram-se do desenho do Garoto Enxaqueca? Então, é só colocar um sainha e eis-me a própria.
Antigamente me perguntaria porque raios tantas coisas desagradáveis estariam acontecendo a minha pessoa, culparia o azar, os deuses do Olimpo, o Sistema, o FMI, as leis de Mendel...
Os 30 anos porém, trazem consciência de que - alerta: não quero parecer livro de auto ajuda mas talvez pareça - a origem da maioria dos "problemas" somos nós mesmos, ou melhor, algum ponto de nós mesmos. Aquele ponto fraco, calcanhar de aquiles, que fingimos ignorar.
O duro é que saber não basta, há que se fazer algo com a informação e esta é a parte mais difícil.
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