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La vie en rose - Capítulo I


Creio que é algo bem comum, ao voltarmos de uma viagem que curtimos muito levamos um certo tempo até desapegar, até conseguir voltar a real realidade da nossa vida cotidiana. Então, sem constrangimento, admito viver uma certa depressão pós momentos la vie en rose vividos no curto espaço de oito dias passados em Paris. Confesso que ainda não havia dado tempo de sentir saudades da minha rotina paulistana quando chegou a hora de voltar. Mas, como a vida não é novela das nove, aproveito esta última tarde de preguicinha para compartilhar com vocês algumas observações e fatos sobre a cidade luz sob a ótica de uma brasileira de primeira viagem. Feito isto, buscarei, no âmago mais profundo do meu ser, forças para retomar o dia-a-dia glamour zero, com plus de TPM que é para ser a cereja do bolo.

- Primeiro mito quebrado: "se você não falar francês, será maltratada, os franceses detestam que falem em inglês"

Olha, a não ser que eu tenha dado, assim, uma sorte colossal de Deus ter colocado em meu caminho os TOP 100 simpatia da França, esta conversa é totalmente fiada. A comunicação lá rolava em inglês, espanhol, árabe, japonês, numa boa, e quando nada mais funcionava, sempre tinha a mímica para salvar a pátria, no final todo mundo se entendia sem stress. Tenho cá para mim que este papo deva ter sido plantado pelo dono da Aliança Francesa como forma de atrair alunos e, sabem como é, uma mentira repetida muitas vezes vira verdade.

- Estamos na Matrix?

Por mais que a história me desminta, afirmo que Paris é uma espécie de Disney, ou seja, projetada e construída para os turistas. Não é possível que uma cidade "normal" seja tão linda vista por qualquer ângulo! Mesmo desconsiderando os lugares embasbacantes como a Praça da Concórdia e os Jardins de Luxembrugo. Você vira um bequinho e pensa "aqui não vai ter nada", engano, lá está uma fonte, uma igreja, um café, um poste, tudo parecendo cenográfico de tão charmoso. Nada me convence do contrário, Paris na verdade é coisa do Projac.

- Lado B do Champs Elysès

Champs Elysès, luxo, glamour, beleza, sofisticação, riqueza e fama. Sim, tudo isto é verdade, mas o que eu não poderia imaginar era que a tão famosa avenida tivesse também o seu lado, digamos, pobre (ao menos na época das festas de final de ano). De um determinado ponto da Av em direção a Place de la Concorde foram montandas barraquinhas de madeira branca, imitando neve. Barraquinhas de "artesanato" vendendo todo o tipo de bugiganga inútil; barraquinhas de comida onde o cidadão que prepara a comida pega o dinheiro e te dá o troco com a mesma mão (argh); a galera comendo seus lanchinhos tranquilamente pelo meio da rua, nos banquinhos do jardim. Farofê tipo exportação...


- Where are you from?


Nem que eu tivesse ido à Italia teria visto tantos italianos, nem que eu tivesse ido ao Japão teria visto tantos japoneses. Os italianos faziam muito escândalo pra tudo, os japoneses tiravam muita foto e as japoneSAS compravam muitas grifes (momento invejinha). Os brasileiros estavam por toda a parte, mas isto nem precisava dizer.


- Classe até na hora do 1 e 2


Na época do Natal as ruas onde se localizam os grandes e chiquérrimos magazines parisienses, sobretudo à noite, se transformam em algo bem similar a Ladeira Porto Geral no quesito engarrafamento humano. Milhares de turistas se espremem para ver as vitrines (que são realmente incríveis) e a maravilhosa iluminação natalina. E, já que estão todos por ali mesmo, proque não dar uma entradinha? Resultado, as lojas ficam estrumbicadas de gente, não necessariamente comprando todos os Chanel, Lanvin, Dior, Alaya, Balenciagas (a exceção das japas) ali expostos. Achar um banheiro neste cenário não é tão fácil, portanto, após muito procurar, eis que surge dentro da Primtemps um tal de Point W/C, um misto de banheiro com loja de coisas fofas para banheiro que vão desde papel higiênico colorido até saboneteiras de madrepérola. Como para exatamente tudo naquela cidade, rolava uma filazinha básica e você pagava 1 euro para usar a cabine comum e 1,5 euros para usar a "cabine spa" que até agora não descobri do que se tratava (teria um ofurô ao lado da privada?!). O fato é que foi o xixi público mais limpinho que já fiz na vida: a cada cidadão que saia a funcionária entrava e higienizava tudo com álcool 70%, e a privada era daquelas super high tech com botõezinhos laterais. Achei muito fino, deveriam adotar aqui.


Próximas "aventuras": macarron de grife rolando pelo chão; calor humano nos cafés; navegando pelo Sena, metrô ou labirinto e mais Silviooo!










Comentários

Stive Ferreira disse…
Que bacana!
Adorei a descrição de sua viagem...

Deu vontade de ir prá Paris... (Um dia... um dia...)

Espero pelos próximos capitulos.

;-)
Sílvia Nunes disse…
Sou Portuguesa e encontrei o teu blog por acaso.

Tal como tu, também passei o Réveillon em Paris com o meu namorado!

Já tinha lá estado com 12 anos, mas com essa idade é impossível dar valor e perceber a dimensão daquela cidade!

Desta vez, regressei a Portugal completamente rendida e deslumbrada com Paris!

:)

Quero lá voltar!!
Lélia Campos disse…
Minha amiga é muito chique!!!! Eu chego lá!!!
Lélia Campos disse…
Estou aguardando o próximo capítulo... desse já anotei todas as dicas!!!

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