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A louca dos gatos.


 
Acho que estou perdendo meu bom-humor. A capacidade de lidar com tudo de forma mais leve. Tá. Pode parar. Eu nunca lidei com nada de forma leve. Ao menos, porém, conseguia lançar mão da ironia e do sarcasmo auto-dirigido. 

Agora, nem isso. Antes de pensar em fazer piadinha, já estou escrevendo mentalmente tratados niilistas sem graça nenhuma.   O blog mesmo é uma prova disso, façam o teste da barrinha de rolagem. Quando foi o último post “engraçadinho”? Aliás, quando foi o último POST?!  (Continue lendo, vá!)
Acho que estou, precocemente, me transformando na bruxa do  71. Na velha dos gatos, sem gatos, naquela tia à casa da qual os filhos dos amigos tentam a todo custo se desobrigar de acompanhar os pais, “Por favor, mãe. Se você deixar eu não ir almoçar na casa da tia Lu eu prometo ficar um mês sem jogar Xbox!”. Em resumo, estou me tornando uma chata, mal-humorada.
Agora, vejam vocês. Se a vida já não era fácil quando eu distribuía piadas e sorrisos (ora verdadeiros, ora falsos, é bem verdade), imagine me transformando numa carranca que anda e fala? Cruzes. Melhor nem pensar.  
A questão é: quando acaba o estoque de frescor esperançoso, onde é que se compra para repor?  Não estou achando no Pão de Açúcar, nem no Extra, nem nas Lojas Americanas.

Talvez seja mesmo hora de arranjar um gato.

Nota do Editor:  Esse texto pode conter doses de exagero (mas um exagero moderado).


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