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Olimpíadas da Vida Real



Hoje estive pensando “pra que tanto oba-oba em cima das Olímpiadas?”. Digo, estes eventos grandiosos que consomem milhões de dólares em organização e ocorrem de 04 em 04 anos numa cidade diferente ao redor do globo.  As pessoas acham que é uma coisa muito fora da sua realidade, mas não é. Vivemos constantemente em Olimpíadas, somos todos atletas em busca do ouro, ainda que a gente não se dê conta disso.

Claro, os atletas olímpicos (oficiais) vivem para atingir o ápice em uma modalidade esportiva específica, seja natação, equitação, tiro ao alvo ou futebol. Eles  tem técnico, uniforme bonito, patrocínio e concorrentes que sabem direitinho quais são. Aí a gente pára tudo, liga a TV e fica lá torcendo por eles, em seus belos corpos e olhar concentrado, lutando para quebrar mais uma marca, chegar um milésimo antes, pular 1 cm mais alto, girar 1° mais à esquerda... Olhamos para eles e pensamos que são uma  outra espécie de pessoas, vivendo  desafios muito distantes, muito acima dos nossos.  Ledo engano.
Querem saber o porquê? Hoje, aqui e agora, eu e você estamos na mesma situação daqueles atletas. Temos que performar em nossa vida igualzinho  eles tem que performar no tatame, na piscina, na quadra ou na pista. Ou vai dizer que não?

Já parou para pensar na quantidade de horas, minutos e segundos que você dedica a ganhar alguma coisa, a ser melhor que alguém? Já viu a quantidade de coisas que você não pode simplesmente fazer, tem que fazer exatamente assim ou assado? Desempenho, êxito, sucesso, objetivo, metal, gol, conseguir, conquistar, chegar lá... Convivemos diariamente com estas expressões olímpicas em nosso trabalho, em nosso círculo social.... Até mesmo em campos impensáveis como em nossa vida pessoal, afetiva, sexual.
Assim como a pequenina e musculosa atleta da ginástica olímpica, em seu collant colorido e brilhante, vemos uma humana falha, um erro de milímetros tirar de nós os preciosos pontos que irão nos separar do nosso sonho. 0,025 que fazem de nós a perdedora a observar outra atleta no lugar mais alto do pódio, segurando a medalha que a gente tanto quis, mas aos olhos dos juízes não mereceu. Segunda chance? Nem pensar. Alta performance, o mundo é dos fortes e bem treinados.

Que medalha queremos? Às vezes sabemos, às vezes não. Competimos mesmo assim. Competimos mesmo quando pensamos estar só brincando no parque. Competimos e às vezes nem sabemos com quem.
Vai ver é por isso que a gente gosta tanto de assistir às Olimpíadas. A gente finge que tem um grupo de homens e mulheres muito diferentes de nós,  fortes e corajosos que dedicam sua vida (malucos que são) a competirem ferozmente por reconhecimento simbolizado em ouro. Enquanto aqui, do outro lado da tela, a gente finge não saber que faz o mesmo e durante muito mais que um mês. Às vezes durante a vida toda.

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