Boa tarde inúmeros! Será que alguns de vocês ainda passam por aqui depois deste longo período de praticamente inatividade do Lu Looker? Espero que sim, embora não faça sentido acessar um blog que quase não tem atualizações.
Ultimamente tenho pensado muito (ok, eu sempre penso muito, o que até hoje não sei dizer se é bom ou mal) sobre minhas escolhas e cheguei a conclusão indigesta de que uma grande parte delas foi, e continua sendo, absurdamente egoísta. Fico me perguntando: em que tipo de coisa verdadeiramente útil eu empreguei até hoje minha inteligência, minha saúde, minha energia, meus pretensos talentos? Em praticamente nenhuma, sobretudo nos últimos, sei lá, dez anos. Corri atrás de reconhecimento acadêmico depois atrás de uma carreira, depois atrás de outra carreira... Busquei aprovação, elogio, sucesso, dinheiro e sei lá mais o quê, tudo sempre girando em torno do meu umbigo ou do meu microcosmo (família e amigos mais íntimos). Hoje eu sinto que isto tudo me agregou tão pouco sob tantos aspectos... É uma sensação de frustração, mas também de vergonha por ver que, enquanto isto, tanta gente lutou por coisas elementares: comida, casa, dignidade, saúde, liberdade e eu não movi uma palha para ajudar estas pessoas, fiquei procurando o "aplauso" alheio.
Sei o quanto isto tudo pode estar soando demagógico e clichê, mas é real, e não vejo outra maneira como possa ser colocado, me desculpem.
Uma sensação também de ter despediçado afeto e - porque não dizer - amor com gente que, não digo que não merecesse, mas que não precisava, que não queria os meus sentimentos ao passo que, para outros tantos, eles poderiam ter um significado real.
E sabem o que me dá medo? É que, apesar de enxergar esta verdade, eu não consiga fazer nada com ela... Eu volte para minhas preocupações egoístas, volte a lamentar meu "insucesso", volte a dedicar minhas horas e dias construindo castelinhos de areia na mais perfeita omissão.
Já me disseram que eu não grata pelo que tenho, eu concordo, mas não acho que ficar agradecendo aos céus por isto e aquilo seja manifestação genuína de gratidão. Se eu agradeço pelo fato de ter algo que o outro no possuiu, parto do pressuposto de que existem duas classes de seres humanos, os merecedores e os não merecedores, eu me enquadro na primeira por vontade divina e o restante que se lixe, é isto?
É tarde de um domingo preguiçoso, uma garoazinha fina começa a cair, posso gastar mais algumas horas tendo pensamentos profundos. E quando chegar amanhã, quando mais uma semana começar, que escolhas eu vou fazer? O que eu vou ajudar a construir? Que tipo de vida vou continuar levando? Vou escolher mudar de verdade? Vou ter coragem?
Fico imaginando a cara de interrogação de quem passou por aqui esperando ler um post sobre a coleção de lingerie da Gisele para a Hope e se deparou com isto..Desculpe pessoal, precisava deste desabafo.
Talvez eu conte para vocês meus progressos na missão de me tornar um ser humano melhor, com uma vida mais plena, talvez não. Seja como for, boa sorte para mim e para todos os que, de uma maneira ou de outra, tentam.
Comentários
beijo
Tb gosto muito.