Pular para o conteúdo principal

Shakira e o "apartheid" do entretenimento moderno.


Quem me conhece um pouco mais profundamente sabe que sou abosolutamente louca por shows de música. Ver uma banda tocando ao vivo - sobretudo quando você gosta muito do(s) artista(s) em questão - em meio a vibração de centenas ou milhares de pessoas unidas ali para o mesmo objetivo é, para mim, uma experiênica catártica e uma das melhores formas de empregar nosso rico e suado dinheirinho.
Como não poderia deixar de ser, então, tenho que fazer alguns breves comentários sobre o show de Shakira (na verdade era um festival, mas, assim, ninguém queria saber das outras bandas) ontem no estádio do Morumbi, em São Paulo, o qual presenciei devidamente encharcada pela chuva que Pedrão resolver mandar. 
Sou fã da Shaki desde a adolescência, nos áureos tempos em que ela era morena, cantava Estoy Aqui e ia direto no Gugu e na Hebe (vejam só como o mundo gira), ou seja, há anos esperava por um show decente da bonita  no Brasil ,desde que ela viou uma popstar internacional. Em casos como este a expectativa para o show é sempre muito grande e, no que dependeu dela, não foi frustrada. Claro, você sempre fica esperando uma ou outra música que não toca, o que é absolutamente compreensível, uma vez que para um artista com tantos  hits acumulados em anos de carreira, fechar o set list de um show é sempre ter que fazer várias escolhas de Sofia...
Uma coisa no entanto me incomodou e, neste caso estou dando o braço a torçer e começando a concordar com uma corrente de pensamento que prega o fim das chamadas "Pistas Premium" em shows deste tipo.  Explico. Os detratores desta divisão de pistas em shows afirmam que os lugares mais próximos ao palco devem ser, por direito, dos fãs mais ardorosos, àqueles que se dispõe a chegar horas mais cedo para garantir a proximidade junto ao seu ídolo. Os preços deste setor "vip", porém, são restritivos o que acaba empurrando os fãs "verdeiros" para as áres mais baratas (e distantes do palco) e deixando este lugar privilegiado para o pessoal que não é tão fã, mas tem mais grana, celebridades em geral e convidados dos patrocinadores. O que gera uma espécie de guerra fria nos estádios: o "povo" da pista comum X os "vips" da pista premium.
Eu costumava achar esta posição uma coisa meio xiita, afinal, quer maior demonstração de amor ao músico do que pagar um ingresso criminosamente caro, (muitas vezes arrasando no parcelamento do Visa) para poder ficar em pé, porém mais pertinho dele? 
Ontem, confesso,  revi os meus conceitos... Sim, fiquei na pista premium da Shakira, mas não grudada no palco, pois cheguei já na metade do show do Ziggy Marley (que foi gostosinho, aliás), foi então que descobri o verdadeio "problema" deste tipo de apartheid do entretenimento moderno.
Bem ao lado de onde eu estava havia um camarote gigante patrocinado por uma marca de cerveja com todo uma infra de ambientação, comida, bebida e blá, blá, blá. Quem era  convidado do tal camarote ganhava um crachá para poder circular pela pista e voltar para lá ao seu bel prazer. Pois bem. Brasileiro adora uma boca livre. Logo, não importa muito show de quem é, se tem whisky, cerveja, comidinhas e chance de mostrar meu make, lá estou eu! 
Daí que, ao meu redor, tinha um pessoal que, nitidamente, não fazia a menor distinção entre Shakira, Hanna Montana, Zé Ramalho e Oasis... Ou seja, a energia que se espera de uma pista, ia para o beleléu. Só eu lá pulando e me esgoelando enquanto bonitas de clog (sim, eu disse de clog!) e tiozinhos estilo coxinha ficavam olhando para o palco tão animados como se estivessem ouvindo um discurso do Sarney no Senado...
Em tempo, não me enfiei mais para a frente, rumo ao povo da real adrenalina, em solidariedade à minha irmã que tem fobia de multidão.
Em suma. O show foi o máximo, mas concluí que camarotes são validos, claro, mas o precioso espaço da frente do palco, deve ser absolutamente livre a quem quiser, literalmente, se jogar na pista, seja "vip" ou não.

E, claro, tenho que colocar um videozinho do show aqui. Afinal, tem gente cuja câmera do celular funciona, ao contrária da minha...





Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Chapéus de Verão

Oi inúmeros! Passando rapidamente por aqui só para dar uma diquinha para este clima Saara que estamos vivendo, sobretudo se você estiver na praia e, mais ainda, se estiver tentando imprimir algum glamour ao suadouro...rs Estes chapéus super fofos da Ovini Objetos que podem ser usados de ambos os lados ajudando a diversificar o look. Cliquem e confiram! www.ovniobjetos.com.br

Mamãe eu acho que estou ligeiramente obcecada...

Olá inúmeros! Tenho estado bastante ausente daqui por dois motivos principais: falta de tempo (correria master no trabalho) e uma ligeira inflmação no ombro, que têm me  forçado  a maneirar um pouco  com  o computador nas horas vagas. Mas, nem por isso, deixo de passar por aqui hoje - neste infernalmente quente feriado de aniversário da cidade de São Paulo - para compartilhar com vocês um dos saudosos posts "Egotrip Alucinada". So... here we go! Com vocês, minhas obsessões físico/estilísticas atuais, potencializadas dez vezes  nesta semana de TPM má-xi-ma! 1) Dentes ultra brancos :  Está decidido, não dou mais um passo nesta vida sem um clareamento super-mega power nos dentes. Cheguei a conclusão que eles estão amarelos como os de um fumante, sendo que eu nunca fumei, logo, tenho apenas sorrido no estilo Monalisa, o que é meio cansativo. 2) Cabelos ultra loiros: É isso, contrariando a mim mesma, ando com uma vontade alucinada de adotar um look "blondon" tot...

Pingos nos is.

Quando eu começei este blog há uns 3 anos, com outro nome inclusive, eu não tinha qualquer pretensão a não ser a de criar um espaço para escrever as coisas que me viessem à telha ,todas aquelas coisas que, de um modo geral, a gente não tem muita oportunidade de conversar com ninguém no dia-a-dia, assim, na pausa para o cafezinho, digamos. Com o passar do tempo, por conta de necessidades profissionais, fui fazendo algumas alterações por aqui, a começar pelo nome. Os posts deixaram de ser tão autobiográficos e passaram a tratar mais de moda, estilo, enfim, sempre com um viés mais comportamental, afinal, esta "essência" fiz questão de manter. Reuni os posts antigos sob a tag "egotrip alucinada" e o Lu Looker ficou sério. Ocorre que, se antes eu partia da premissa de que ninguém iria ler minhas bobagens mesmo, e sendo assim, não havia qualquer pressão, a partir do momento em que o foco mudou veio também a necessidade de manter o blog sempre atualizado, interessante, rel...